Ninguém é obrigado a viver ao lado de quem não o faz sentir feliz

As histórias sobre relacionamentos que ouço em consultório são muitas e variam de acordo com cada pessoa que atendo. O que chama a atenção é que uma grande parcela delas mostra uma forte dependência em que se permite que o outro tenha o controle de uma grande parte das decisões. Não há nenhuma regra que diga o que é certo ou errado, mas existem algumas crenças que fortalecem comportamentos de passividade, como se não fosse possível construir uma realidade a dois diferente.

Muitas crenças são perpetuadas através das gerações e vamos recebendo como verdades que devem ser seguidas, como se fossem o único caminho a ser trilhado. Vemos muitas pessoas aceitarem o comportamento do companheiro como se não houvesse outra forma possível de se resolver situações e até mesmo de se comportar.

Vamos aceitando a resposta ríspida quando o outro está sem paciência, a falta de carinho como um beijo quando se sai de casa ou se reencontra no final do dia, comentários de desqualificação tanto dentro de casa como na frente de familiares e amigos, o controle das decisões em que não há espaço para que o outro tenha alegria, satisfação e bem-estar.

Muitas pessoas se sentem amarradas, sem forças e sem coragem de arriscar e se colocar como alguém que também tem desejo e que tem direito de escolha. Mas pode ser que isso mude, quando se dá conta de que chegou ao limite e que pode sim tomar decisões, que é possível ser feliz. É como se fosse o transbordar do copo e nesse momento se escolhe seguir sozinho e cortar o vínculo com aquele que não o valoriza.

Quando desenvolvemos a consciência de que as crenças não devem nortear a nossa vida e que em sua grande maioria não nos traz benefícios, e sim, traz sofrimento e não enfrentamento de situações, aí sim podemos mudar. Antes de tomadas bruscas de decisões devemos conversar, tentar acordos, falar o que se sente, mas se não houver alternativas, é importante saber que se tem o direito de seguir em frente.

Você tem escolha meu bem e a grande maioria da vezes basta você reconhecer esse direito, aliás, se permitir o direito de escolher viver diferente, de construir algo novo de acordo com o que acredita ser importante em sua vida.

POR LUCIANA KOTAKA

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