Um novo medicamento melhora drasticamente as taxas de sobrevivência de mulheres jovens com a forma mais comum de câncer de mama, afirmaram cientistas neste sábado, citando os resultados de um teste clínico internacional.

As conclusões, apresentadas na reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica em Chicago, indicaram que a adição de um medicamento conhecido como inibidor de ciclinas no tratamento elevou as taxas de sobrevivência a 70% contra 46% das mulheres que receberam o tratamento padrão.

A taxa de mortalidade foi 29% menor do que quando as pacientes receberam um placebo.

Uma das autoras do estudo, Sara Hurvitz, disse que a pesquisa teve como foco o câncer de mama com receptores hormonais positivos, que representa dois terços de todos os casos da doença entre as mulheres mais jovens e, no passado, era tratado geralmente com terapias que bloqueiam a produção de estrogênio.

“Realmente pode-se obter uma sinergia ou uma resposta melhor, uma eliminação melhor do câncer, ao acrescentar um destes inibidores no ciclo celular”, além da supressão hormonal, disse Hurvitz.

O tratamento é considerado menos tóxico do que a quimioterapia tradicional porque ataca de forma mais seletiva as células cancerosas, bloqueando sua capacidade de se multiplicar.

O teste analisou mais de 670 casos e incluiu apenas mulheres com menos de 59 anos. Elas tinham câncer avançado (na etapa 4), para o qual não tinham recebido tratamento de bloqueio hormonal prévio.

“Estas são pacientes que tendem a ser diagnosticadas mais tarde, em uma etapa posterior de sua doença porque não temos grandes modalidades de detecção para as mulheres jovens”, disse Hurvitz. “Isso é o que nos emociona tanto, porque é uma terapia que afeta muitas pacientes com a doença avançada”, acrescentou.

O oncologista Harold Burstein, do Instituto de Câncer Dana-Farber, em Boston, e que não participou da pesquisa, disse que este é “um estudo importante”, que estabeleceu que o uso de inibidores de ciclinas “se traduz em um benefício significativo para a sobrevivência das mulheres”.

“Esperamos que estes dados permitam o acesso deste produto a mais mulheres em todo o mundo”, acrescentou Burstein.

(com AFP)

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