Vem chegando o verão e o calor da estação traz consigo a preocupação com a aparência. Mas não é só essa época do ano que faz pipocar dicas mirabolantes para perder peso ou ainda para alcançar outros benefícios. Tem dieta para tudo, até mesmo para o controle de doenças.

Selecionamos algumas que ficaram bem famosas no mundo virtual e com a ajuda da publicação Desmistificando Dúvidas sobre Alimentação e Nutrição, feita pelo Ministério da Saúde em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais, vamos de fato desmistificar alguns pontos. Anota aí:

Dieta Detox

Com certeza você viveu o auge dos sucos detox. Principalmente no período de férias, quando as pessoas intensificam os cuidados com o físico, eram capas e mais capas de revistas trazendo diversas receitas de sucos e dietas líquidas com a promessa tentadora de eliminar, a cada dose, as toxinas do seu corpo.

Segundo o livro, a dieta detox é composta por preparações, sucos, chás e coquetéis que garantem desintoxicar o organismo e reduzir a produção de radicais livres. Entretanto, ainda não é conhecido, em estudos científicos, o efeito de alimentos com propriedades desintoxicantes.

Além disso, restringir tanto assim as refeições pode trazer prejuízos para saúde, já que geralmente os ingredientes usados apresentam baixas calorias e são pobres em proteína.

A parte boa dessa história é que essas receitas são à base de alimentos in natura, como frutas e hortaliças, ou minimamente processados, como a aveia ou a quinoa que você compra no mercado e o leite pasteurizado. Ou seja, são ingredientes ricos em vitaminas, minerais, fibras e substâncias antioxidantes, sendo esse o grande benefício.

A verdade é que uma alimentação com grande variedade desses alimentos, não necessariamente vinculados às dietas detox, auxilia no controle do peso e na manutenção da saúde.

Óleo de Coco

Sem dúvida, o óleo de coco foi a maior celebridade dos supermercados nos últimos tempos. Na internet não faltam sugestões de uso e dicas infalíveis para melhorar a sua saúde com ele. E a promessa principal era de auxiliar no emagrecimento, já que o produto possui uma substância que estimula o metabolismo e a queima de gordura: o ácido graxo.

Os resultados sobre seus benefícios ainda são inconclusivos e por isso, deve ser usado com moderação. Isso porque, em excesso, ele pode aumentar os riscos de doenças cardiovasculares e até mesmo engordar, contrariando o objetivo de quem consome.

Ela alerta que para o uso do óleo é importante levar em consideração as especificidades de cada pessoa, como o gasto calórico diário, o tipo de exercício que pratica, o peso e, claro, associar seu consumo a uma dieta equilibrada.

Dieta do jejum

Ainda na tentativa de manter o peso, surgem as dietas que envolvem o jejum. Há quem diga que ingerir água em jejum, logo ao acordar, ajuda. Há quem diga que praticar exercícios em jejum também reduz o peso. Vamos entender do que se trata cada uma dessas “fórmulas” e desmistificar alguns pontos.

Segundo o guia Desmistificando Dúvidas sobre Alimentação e Nutrição, a água corresponde a mais da metade do peso corporal de um adulto e é essencial para o funcionamento do organismo e da manutenção da vida. Esse poderoso líquido possui diversas funções no sistema circulatório, na digestão e nas reações metabólicas, entre outras. Além de exercer um importante papel na prevenção de doenças renais. A ingestão de líquidos pode vir tanto da água como tal, como por meio dos alimentos, que é o caso das frutas, legumes e verduras.

Desse modo, tomar água em jejum só vai te garantir uma boa hidratação. Não existe comprovação científica de que isso ajude na redução de peso. O que auxilia de verdade são os hábitos saudáveis, que incluem boa alimentação e prática de atividade física.

Por falar nisso, também não há evidências dos benefícios da prática de atividade física em jejum. O que acontece na verdade é uma desidratação ou perda de massa magra, o que prejudica a sua saúde. Além disso, essa prática pode provocar tonturas, causada pela queda da glicemia, e diminuição da energia que seria usada durante o exercício. 

Sem contar que a privação de alimentos ainda provoca um efeito rebote. Ou seja, você vai querer compensar e comer bem mais que o necessário. Para esse caso, a receita continua sendo a mesma: hábitos saudáveis.

Água de berinjela e água de quiabo

A promessa da água de berinjela é ajudar na redução do colesterol ruim, porém esse benefício só foi comprovado em experimentos feitos com animais em laboratório – não em humanos. Lembrando que dietas ricas em gorduras saturadas (encontradas em alimentos de origem animal) e gorduras trans (encontradas em óleos, alimentos congelados, sorvetes, margarinas) estão entre os principais fatores responsáveis pelo aumento do LDL-c, o colesterol ruim, e pela diminuição do HDL-c, que seria o colesterol bom.

Nesse sentido, não é recomendado abandonar um tratamento feito com medicamentos e/ou dieta prescrita por um profissional. A berinjela possui seus benefícios por ser um alimento in natura, mas deve estar presente em preparações que representem uma alimentação balanceada.

Já a promessa sobre a água de quiabo é de que ela ajuda na redução da glicemia, trabalhando no controle da diabetes. Mas segundo a publicação do Ministério da Saúde, ainda não existem resultados que comprovem este efeito da bebida. Estudos preliminares sugerem que a capacidade do quiabo de reduzir os níveis glicêmicos esteja relacionada ao seu elevado teor de fibras solúveis, sendo importante lembrar que elas também estão presentes em outros alimentos, como frutas, verduras, legumes, cereais integrais e feijões.

Assim como acontece com a berinjela, não se deve optar por tratamentos alternativos para o controle da diabetes sem orientação profissional.  Os melhores resultados ainda envolvem o uso de medicamentos e os hábitos saudáveis, que incluem alimentação balanceada e atividade física.

Fonte: Ministério da Saúde

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