Prefeito de Bom Jesus do Galho, familiares (dois irmãos) e funcionários da prefeitura municipal são denunciados por crimes previstos nos artigos 1º do DL 201/67 (crime de peculato que envolve prefeitos municipais). Segundo investigações do GAECO de Ipatinga, em conjunto com a procuradoria de Justiça de Belo Horizonte, duas denúncias foram protocoladas nessa segunda feira (16/09/2019). Investigações promovidas por promotores de Justiça e um Delegado da Polícia Civil, dão conta que pelo menos dois fatos descritivos como desvios de dinheiro público junto ao município.

Em um primeiro caso, cheques eram emitidos da prefeitura para a própria prefeitura, e com a assinatura do chefe do executivo no verso (endosso em branco). Em relatório do Delegado Gilmaro Alves, conclui-se que a finalidade era ocultar os destinatários dos saques, ferindo flagrantemente os princípios da moralidade e publicidade dos atos da administração pública.

Após investigações, descobriu que os saques eram efetuados pelos irmãos do prefeito municipal em benefício próprio, o que ocorreu também com uma servidora da tesouraria. Objetivando maquiar as saídas de valores, os registros na contabilidade noticiavam pagamentos diversos, bem como pagamentos ao INSS.

A denúncia foi assinada pelo Procurador de Justiça, Dr. Cristovam Joaquim F. Ramos Filho e pelo promotor de Justiça do Gaeco de Ipatinga, Dr. Bruno Schiavo Cruz.

O segundo caso consta de desvios de valores da festa do Jubileu de 2017, primeiro ano de mandato do alcaide municipal. As investigações promovidas pelo GAECO (Grupo e atuação especial de combate ao crime organizado, com a participação de promotores de justiça, policiais civis e militares), dão conta de valores da festividade.

Vereadores e funcionários do município afirmaram que nesse ano (2017), todos os pagamentos foram exigidos em dinheiro e não pagamentos nas unidades bancárias (o que por si só causou estranheza). Os valores eram recebidos pelos fiscais que entregavam os valores diretamente ao prefeito municipal.

A câmara municipal, através de um de seus vereadores, encaminhou diversos ofícios requerendo informações, não sendo atendida. Nas investigações, houve diversas contradições entre o real valor recebido, ora apresentava-se um valor, outrora valores divergentes. Em requisição, a prefeitura municipal não encaminhou nenhum contrato entre o município e os locatários dos espaços, afirmando não existir.

Equitativamente, apresentou apenas recibos sem nomes completos das pessoas, documentos, endereços dentre outros, e pior, guias repetidas (O mesmo número de guia era utilizado para pessoas diversas, e com valores diferentes), numerações não sequenciais dentre outros.

O próprio município não soube explicar quem foram as pessoas locatárias, e, mesmo apresentando um depósito após as denúncias dos vereadores, quatro meses depois, não conseguiu demonstrar que o depósito realmente era da festa do Jubileu ou outro depósito, visto o título constante do depósito junto a unidade bancária.

Em conversa, os investigadores (policiais e promotores) afirmaram que outros fatos também estão sendo investigados.

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