Preço da passagem municipal permanece inalterado há mais de dois anos. Empresa recebeu três aumentos em 2015 e 2016.

“O reajuste pleiteado é inadmissível, completamente fora da realidade. Nos termos que está sendo colocado, posso adiantar que não há a mínima possibilidade de autorizarmos. Sequer encaminharemos a proposta ao Conselho Municipal de Trânsito”.

A posição foi manifestada pelo prefeito de Ipatinga, Nardyello Rocha, a um grupo de técnicos e assessores políticos, nesta quarta-feira (16), acerca da planilha encaminhada pela empresa concessionária do serviço de transporte coletivo municipal, reivindicando um reajuste de 24,38% para a tarifa de ônibus local. Por esse percentual, a passagem que hoje custa R$ 3,80 seria elevada para R$ 4,72, o que segundo o Executivo “mesmo diante de todos os argumentos colocados, não se justifica e seria penalizar demais o bolso do consumidor, já sacrificado com tantas outras despesas, especialmente no início do ano”.

Rejeitada de antemão pelo governo municipal, a proposta de reajuste se embasa em fatores como a elevação dos custos de mão de obra, combustíveis, pneus e outros insumos, além de uma drástica redução no número de passageiros. Conforme a empresa, a média de pessoas transportadas, que anteriormente era acima de 2 milhões/mês, se reduziu a cerca de 921 mil nos últimos 12 meses pesquisados.

Gratuidades

Em função da Lei Municipal nº 2125, sancionada em 2005, além de policiais militares e outros o transporte coletivo em Ipatinga é gratuito para idosos também na faixa etária de 60 a 65 anos de idade, juntamente com os deficientes físicos. Este contingente de beneficiados representa atualmente 102 mil pessoas/mês. A legislação federal já garante a gratuidade a idosos acima de 65 anos, que seriam hoje cerca de 70 mil pessoas no município.

Últimos reajustes

O preço das passagens de ônibus em Ipatinga permanece inalterado há mais de dois anos. O último reajuste aconteceu em dezembro de 2016, na gestão da ex-prefeita Cecília Ferramenta, que já havia concedido dois outros aumentos em sequência, no ano de 2015.

Exigência de contrapartidas

Reunido para tratar do assunto com o secretário municipal de Governo, Carlos Alberto Lima; o secretário municipal de Serviços Urbanos e Meio Ambiente, Gilmar Luciano Alves, e o diretor do Departamento de Trânsito, Tayrone Lagares, o prefeito Nardyello Rocha orientou sua equipe a interromper qualquer conversação sobre o reajuste de tarifa, neste momento. Ele definiu que uma série de condições deverão ser apresentadas pelo governo para que as discussões possam ser reabertas.

“Antes de mais nada, antes de debruçarmos sobre qualquer número numa mesa técnica, vamos exigir da empresa o pronto atendimento de algumas contrapartidas em favor dos usuários que elencaremos oportunamente. O transporte coletivo ainda é utilizado por uma parcela significativa da nossa população, representando uma fatia importante no seu orçamento, e tem deixado a desejar em vários aspectos”, adiantou o prefeito.

CRÉDITO: SECOM-PMI

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