Prefeito e vereadores procuram soluções junto aos protetores da causa animal (Foto: divulgação/PMT)

Em audiência realizada na noite da última terça-feira (15), na Câmara de Timóteo, foi debatida a necessidade de implantação de canil municipal e solução para coibir o crime de abandono de animais. A iniciativa do vereador Wladimir Careca e do prefeito Douglas Willkys levou ao plenário da Câmara, representantes da causa de proteção animal e interessados para debater sobre o tema e democratizar o espaço para sugestões. Estiveram presentes à audiência os vereadores Adriano Tibata e Leanir José de Souza (Zizinho), secretário de Saúde Eduardo Morais, representantes do Serviço de Zoonoses de Timóteo, representantes das Ongs Meu Amigo Cão e a antiga Associação de Proteção aos Animais do Vale do Aço (ASPAN), voluntários do Corpo de Bombeiros, alunos do curso de Medicina Veterinária da Unileste, proprietários de pet shops e voluntários da sociedade civil.

O prefeito Douglas Willkys propôs a discussão e contou que conhece pessoas que alugaram imóvel para servir de abrigo a cães e gatos e o mantêm por conta própria. “Hoje o município tem limitações legais para contratação de profissionais, além de problemas financeiros. Estamos fazendo uma provocação para podermos organizar melhor a estrutura pública”, afirmou.

A médica veterinária Shara Regina da Silva, referência técnica da Zoonoses de Ipatinga e atual presidente da Ong Meu Amigo Cão, expôs os pontos positivos e negativos acerca do funcionamento do canil/gatil municipal. “A disponibilização de testes de Leishmaniose e vacina antirrábica gratuitos, o acolhimento de animais abandonados e orientação para adoção e guarda responsável, além do oferecimento de consulta simples sem custo são pontos muito positivos aliados ao trabalho incansável da equipe da zoonoses. Já, os altos custos para manutenção do canil/ gatil, as dificuldades do controle sanitário para evitar a transmissão de doenças e banalização da guarda responsável por parte dos proprietários que transfere responsabilidades e custos ao serviço público são alguns dos itens negativos”, pontua. A veterinária citou ainda que são gastos cerca de R$80 mil anuais com ração e tratamento de animais acolhidos.

A protetora Luciana Viana, proprietária de pet shop no bairro Bromélias, é a favor da implantação do canil municipal com modelo de acolhimento e política de adoção. Ela contou que abriga cães abandonados e tornou-se referência pelo trabalho voluntário pela causa. Outra voluntária, Luana Ataíde B. Damato, integrante do Corpo de Bombeiros, expôs a dificuldade após o resgate de animais. “Cem por cento dos casos de resgate não tem estrutura para tal. O município não dispõe de um local para receber os resgatados” frisa. Em alguns casos, Luana procura adoções por conta própria porque outros municípios não recebem cães recolhidos de cidades vizinhas. A ex integrante da ASPAN, Kenya Ferreira, se posicionou contra a construção de um canil municipal por entender que o modelo ideal está muito longe da realidade do município. “ A experiência vivida na ASPAN, cujos membros tinham comum acordo pela não criação de um abrigo, para que este não fosse transformado em “depósito” de animais, me mostrou isso. Recomendo que o município ofereça pelo menos um número de castrações por mês”, disse a voluntária.                        

“A adoção de medidas educativas sobre guarda responsável de animais domésticos é urgente no município. Sem esta responsabilização dos donos de cães e gatos nada vai caminhar, o canil poderá se tornar um problema de saúde pública. As leis tem que ser cumpridas”, falou o médico veterinário Milton Max Madeira de Oliveira, referência técnica da Zoonoses de Timóteo.  

Ao final da audiência, foi proposta a formação de uma comissão para dar continuidade ao trabalho. Foram sugeridas ações de parceria com universidade regional, com outras cidades e possivelmente uma ação colegiada. Estudantes do curso de Medicina Veterinária da Unileste colocaram-se à disposição do município.

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