Em média, 13 brasileiros morrem todos os dias por tuberculose. Segundo o Ministério da Saúde, a cada ano, são notificados aproximadamente 70 mil novos casos e ocorrem cerca de 4,5 mil mortes em decorrência da doença. Em virtude dos números, foi elaborado um Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose, que está sendo disseminado por todo o estado de Minas Gerais como Plano Regional de Controle à Tuberculose.

Até esta sexta-feira (22), médicos e enfermeiros das Unidades Básicas de Saúde de Ipatinga participam, no auditório do Hospital Municipal, de uma capacitação oferecida pela Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Coronel Fabriciano. A proposta tem metas de redução do coeficiente de incidência para menos de 10 casos por 100 mil habitantes e de mortalidade para menos de 1 óbito por 100 mil habitantes até o ano de 2035. O plano busca apoiar as três esferas de governo na identificação de estratégias capazes de contribuir para essa redução.

Michelle Egídio, referência Técnica em Tuberculose da SRS de Coronel Fabriciano, explica que o plano de controle regional segue os mesmos parâmetros das propostas em níveis nacional e estadual para a redução de casos da doença. “A gente também trabalha localmente, tentando identificar as fragilidades de cada município para melhorar a detecção precoce, acompanhar o tratamento de perto para ter efetividade e evitar a desistência. Além disso, temos tentado parcerias com instituições que cuidam de privados em liberdade, eventos nas escolas para disseminar informações, mas o principal é a capacitação dos profissionais para que todos sigam o protocolo do Ministério da Saúde e persigam  o mesmo objetivo”, disse.

Ipatinga

Conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde, em Ipatinga existem cerca de 30 casos da doença. O número é considerado baixo se comparado aos anos anteriores. Conforme a Regional de Saúde, o município de Ipatinga possui um dos melhores indicadores do estado de Minas Gerais. “E o que a gente nota é que a cidade está sempre buscando melhorar o acesso do paciente ao tratamento e também a capacitação dos profissionais para fazer o acompanhamento dos doentes”, pontua Michelle Egídio, referência Técnica em Tuberculose da Regional de Saúde de Coronel Fabriciano, acrescentando que a desinformação é um dos principais problemas para a descoberta rápida da tuberculose.

“Assim como a gente busca informar a população sobre a doença, procuramos sensibilizar os profissionais para que identifiquem os casos. A tuberculose, como a hanseníase e outras doenças infecciosas, faz parte da estrutura na Estratégia Saúde da Família. E uma vez que a gente dissemina a informação, possibilita que todos estejam trabalhando em conjunto, melhorando a qualidade da assistência”, observa Michele.

Diagnóstico e tratamento

A tuberculose é uma doença de transmissão aérea e ocorre a partir da inalação de aerossóis oriundos das vias aéreas, durante a fala, espirro ou tosse das pessoas com tuberculose ativa (pulmonar ou laríngea), que lançam no ar partículas em forma de aerossóis que contêm bacilos.

O principal sintoma da tuberculose é a tosse na forma seca ou produtiva. Por isso, recomenda-se que a pessoa com tosse por três semanas ou mais seja investigada. Há outros sinais e sintomas que podem estar presentes, como febre vespertina, sudorese noturna, emagrecimento, cansaço/fadiga.

Quem apresentar algum dos sintomas pode procurar um posto de saúde. Constatada a doença, o paciente é encaminhado ao Centro de Controle de Doenças Infecto-parasitárias de Ipatinga, onde ele será acompanhado durante o período de tratamento.

O pneumologista Alexandre Amilar da Silveira explica que a evolução da doença depende da imunidade do indivíduo. “A pessoa pode apresentar um quadro assintomático mais lento, como pode ter uma evolução mais rápida e ter um comprometimento pulmonar mais acelerado, que pode acabar gerando danos para o paciente, mesmo em tratamento. Isso significa que quanto mais rápido a pessoa procurar uma unidade de saúde, mais protegida ela estará, porque o tratamento é feito com menos dano à pessoa, com mais chance de recuperação ao órgão afetado e, ao mesmo tempo, com menos risco de exposição, controlando a cadeia de transmissão”, explica o pneumologista.

Fonte: PMI

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