Intitulada “Recomeçar do Zero”, a coluna semanal do empresário Vittorio Medioli no jornal “O Tempo”, que é de sua propriedade, publicada neste domingo (5), traz logo no primeiro paragágrafo a informação de que ele deixa a condição de CEO do Núcleo Dirigente Transitório do Cruzeiro e passa a se dedicar à Prefeitura de Betim.

Segundo o empresário, o Estatuto do Cruzeiro o impederia de ocupar a função. Em 15 dias, ele apresentou estratégias e medidas que o verdadeiro CEO cruzeirense tomará a partir desta semana. “Enfim, não posso e não vou assumir, mas não sumir. Darei tudo que posso e a lei me permite”, escreve Medioli.

Quando ele se refere à lei, está claro que é uma citação ao fato de ser prefeito de Betim. Desde que ele assumiu a condição de CEO, vários advogados se manifestaram, até mesmo em redes sociais, dizendo que a legislação brasileira não permite que ele ocupasse os dois cargos ao mesmo tempo.

“Os últimos dias me concederam que, mais que um CEO, exposto à incerteza jurídica do cargo, o Cruzeiro precisa de um interventor amparado pela Justiça e com autoridade para executar o que for preciso. Doa a quem doer. O Cruzeiro, já há longo tempo, está sob investigação da polícia e do Ministério Público”, ressalta Medioli.

Apesar da questão legal, por ser prefeito de Betim, Vittorio volta a afirmar que o Estatuto do Cruzeiro precisa ser alterado de forma urgente: “O estatuto do clube é um conjunto Frankenstein de regras que atendem interesses miúdos, mesquinhos e de dominação de grupos. Não atendem a grandeza e solidez de suas finalidades. Privilegia mais o incompetente que se preste a atender interesses inconfessáveis de um estreito grupo. A reconstrução do Cruzeiro passa inevitavelmente pela elaboração de um estatuto coerente e alinhado com a realidade”.

O empresário manifesta seu opinião de que o melhor caminho para o Cruzeiro seria se transformar em empresa e evidencia em determinado momento que o acúmulo das duas funções é realmente o que provoca sua saída: “Retornando das férias (trabalhadas), creio que se encerraram as reclamações dos munícipes de Betim, as maquiavélicas intrigas políticas, os xingamentos dos adversários tradicionais do Cruzeiro e a alegria de quem me enxergou, por um momento, como um “salvador da pátria azul”. A estes últimos peço compreensão, a lei não me permite. Meu gesto poderia gerar mais instabilidade e problemas ao Cruzeiro”.

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