Os meses de junho e julho, que marcam a transição de uma temporada para a outra na Europa, são quase tão aguardados quanto os próprios campeonatos. Para os atletas, o período da janela de transferências, quando os clubes podem negociar jogadores, é a oportunidade de garantir a ida a um clube maior ou mudar de ares depois de anos com a mesma camisa.

É o exemplo do belga Eden Hazard, que deixou o Chelsea (ING) para o Real Madrid (ESP) por 100 milhões de euros (R$ 445 milhões), a principal negociação do futebol mundial até aqui em 2019.

Segundo levantamento do jornal inglês The Guardian, os clubes das cinco ligas europeias mais relevantes (Inglaterra, Espanha, Alemanha, Itália e França) movimentaram juntos valor superior a 4,7 bilhões de libras (cerca de R$ 22,6 bilhões) apenas nesta janela.

Mas o período em que o mercado está aquecido tem sido uma espécie de calvário para três jogadores que, no passado recente, registraram recordes de transferência com suas respectivas mudanças de clube: Neymar, 27, Gareth Bale, 30, e Philippe Coutinho, 27.

O camisa 10 da seleção brasileira, que em 2017 custou ao Paris Saint-Germain (FRA) 222 milhões de euros (R$ 822 milhões na época), na negociação mais cara da história do futebol, acumula frustrações e episódios negativos neste ano.

Lesionado, assistiu da arquibancada à eliminação do PSG nas oitavas de final da última edição da Champions League, principal objetivo dos parisienses e motivo pelo qual o atacante foi contratado. Na temporada 2017/2018, ele já havia ficado fora -machucado- da queda para o Real Madrid (ESP), também nas oitavas.

Nova lesão o tirou da disputa da Copa América, em meio a uma acusação de agressão e estupro -a Justiça arquivou o inquérito relativo ao caso.

No último fim de semana, na estreia do time no Francês, torcedores no Parc des Princes xingaram o atacante e pediram sua saída do clube. Além da decepção pelo aspecto esportivo, desagrada a postura do atleta, que tirou folgas para vir ao Brasil e, recentemente, declarou que sua melhor lembrança na carreira é, justamente, do jogo em que eliminou PSG enquanto defendia o Barcelona (ESP).

A imprensa europeia especula sobre uma possível volta ao clube catalão, que ficou mais complicada depois do investimento de 120 milhões de euros (R$ 505 milhões) que o Barcelona fez pelo francês Antoine Griezmann, contratado para formar o trio de ataque ao lado de Messi e Suárez.

Segundo os jornais espanhóis, a negociação com o Real Madrid parece ser mais provável, ainda que o clube tenha pagado caro por Hazard.

Técnico do PSG, o alemão Thomas Tuchel já admite perder seu principal jogador.

“Temos que encontrar soluções sem Neymar. Eu adoro o Neymar, quero continuar contando com ele, com Kylian e com todo mundo. Mas a realidade é que devemos encontrar soluções sem Ney”, disse.

Enquanto define a possível chegada do brasileiro, o Real Madrid trabalha para se desfazer do galês Gareth Bale.

Contratado em 2013 por 100 milhões de euros (R$ 313 milhões na época), recorde da janela de verão daquele ano, o atacante conviveu com problemas físicos que limitaram seu desempenho na Espanha.

Apesar disso, sua passagem por Madri está longe de ser um fracasso, com atuação importantes nos quatro títulos de Champions League vencidas pelo Real entre 2014 e 2018.

O retorno do técnico Zinédine Zidane ao time, porém, deve forçar a saída do galês, que chegou a ficar fora da lista de relacionados para amistosos da pré-temporada nos EUA.

“Se é iminente [a saída do jogador], melhor para todos, para ele [Bale] também. Não tenho nada contra Bale, mas tomo decisões. Chega um momento que tem de mudar”, disse o técnico francês, tricampeão europeu com Bale.

Uma das opções para o futuro do atacante seria o retorno à Premier League, onde atuou com sucesso no Tottenham. Mas a janela de transferências da Inglaterra se fechou no último dia 8.

O mercado inglês também negou a repatriação de um brasileiro que saiu há pouco do futebol do país e ainda não emplacou fora dele. Philippe Coutinho custou 120 milhões de euros (R$ 468 milhões à época) ao Barcelona, que tirou o meia-atacante do Liverpool na janela do inverno (janeiro) de 2018 com a esperança de que, na Catalunha, ele pudesse repetir o destaque obtido no futebol inglês.

Ao lado de Bale e Neymar, Coutinho foi quem menos rendeu esportivamente.

Fez 10 gols em 22 jogos e ajudou o time na conquista do Espanhol e da Copa do Rei. Porém, encontrou problemas para se adaptar às duas funções em que foi testado: como ponta pela esquerda, onde atuava Neymar quando defendia o clube, e como meio-campista, no papel de criação antes desempenhado por Iniesta.

As janelas de transferência na Alemanha, na França e na Espanha acabam no dia 2 de setembro. Na Itália, o mercado fechará no próximo dia 23.

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