BELO HORIZONTE – Oscar Ruggeri, de 57 anos, foi o último capitão a levantar uma taça de pela seleção argentina adulta, na longínqua edição de 1993 da Copa América. Então um zagueiro marcado pelo jogo brusco e forte personalidade, ele é hoje comentarista em seu país e, coincidentemente, está hospedado no mesmo hotel que a seleção brasileira, de onde demonstrou confiança para o clássico de terça-feira, 2, no Mineirão, pela semifinal.

Ruggeri acredita que uma vitória diante do Brasil pode levantar o astral da equipe, que persegue o título há 26 anos. “Brasil x Argentina é o jogo que todos querem jogar, todos querem assistir. Além disso faz muito tempo que não jogamos um jogo eliminatório. Acho que o Brasil está muito bem e a Argentina cresceu um pouco, mas falta ainda muito mais.” O último duelo de caráter decisivo foi a final da Copa América de 2007, vencida pelo Brasil.

O ex-capitão aposta no atual. “Tomara que na terça-feira façamos um bom jogo, e que tenhamos Messi em sua melhor versão, porque precisamos muito dele. Seria lindo eliminar o Brasil em sua própria casa.” Ruggeri, que além de duas Copas América também conquistou um título e um vice da Copa do Mundo, citou suas lembranças mais vivas do clássico sul-americano.

“A melhor foi a vitória na Copa de 1990, claro, quando tivemos a sorte de eliminar um grande Brasil. Estávamos bastante descompensados, mas tivemos sorte e uma jogada brilhante do Maradona com Canniggia. A pior foi a derrota na Copa América de 89, por 2 a 0. Mas não foram muitas derrotas e a lembrança que importa mais é sempre a da Copa do Mundo”, disse, em tom debochado.

Ruggeri recordou também os craques brasileiros que mais admirou. “Foram tantos, joguei contra Júnior, Zico… Depois apareceram Romário, Ronaldinho, Romário, Cafu, Roberto Carlos, jogadores incríveis.”

E minimizou uma grande confusão em que se envolveu com brasileiros, na final da Copa Conmebol de 1997, quando era um veterano jogador do Lanús e enfrentou o Atlético Mineiro. Na ocasião, uma agressão de Ruggeri a Jorginho iniciou uma briga generalizada que terminou com vários atletas machucados. Então técnico do Atlético Mineiro, Emerson Leão levou socos e teve de passar por uma cirurgia no rosto. “Errei, mas eu não tive nada a ver com o que aconteceu com Leão. Ele era um cara como eu, de muita personalidade, mas eu não tive nada a ver com isso.”

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